sábado, 29 de setembro de 2012


Definição de mercado


O “mercado” é formado pelo conjunto das relações econômicas que são travadas por ofertantes (Of) e demandantes (D) em torno de um dado produto/serviço e em certo período de tempo. Sendo, portanto, onde se realizam as transações, ou seja, onde os compradores (demandantes) de mercadorias – bens ou serviços – se encontram com os vendedores (ofertantes) das mesmas com a finalidade de adquiri-las. Podendo ser tanto um espaço materializado/físico, como numa feira, como o imaterial da internet.

Demanda: fatores determinantes e Lei Geral da Demanda.

 A demanda é formada pelo conjunto dos agentes econômicos que vai ao mercado em busca dos bens e serviços que necessitam/desejam a fim de satisfazerem suas necessidades, frente sua renda limitada, em certo período de tempo.

Um dos fundamentos da análise da demanda, ou procura, é o seu caráter subjetivo representado pelo conceito de “utilidade”. A utilidade (valor de uso) é um conceito que busca quantificar a subjetividade presente nas escolhas feitas pelos consumidores, a partir do valor atribuído a fatores como qualidade, preferências e a satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços, variando de consumidor para consumidor ou de grupo de consumidores.

Por exemplo, consumidoras, em geral, estão mais propensas a destinarem maior parcela da sua renda para cosméticos, que consumidores, uma vez que mulheres atribuem maior utilidade (valor de uso) para estes bens.

Lei Geral da Demanda (LGD)

É dada a partir da relação entre a quantidade procurada e o preço do bem. Onde a quantidade que é demandada do bem ou serviço varia de forma inversa (negativa) as variações realizadas no preço deste bem, coeteris paribus. Assim, se o preço (p) sofre uma redução as quantidades demandadas (qd) deste bem tendem a se elevar, mas, se ao contrário, o preço se eleva as quantidades demandadas se reduzem.

Vale ressaltar que a curva de demanda ou curva de procura revela as preferências dos consumidores, sob a hipótese de que estes estão maximizando sua utilidade ou grau de satisfação no consumo daquele produto, frente sua renda que é limitada.

Variáveis que afetam a demanda por um bem

 - Preço do bem (Px)
 - Renda dos consumidores (R);
 - Preços dos demais bens (Pz)
   º Bens substitutos ou Bens concorrentes;
   º Bens complementares;
 - Preferências e hábitos dos consumidores (H).

 → Condição “coeteris paribus”: expressão de origem latina que significa “tudo mais permanecendo constante” representa uma condição metodológica que é utilizada na economia para restringir a análise aos fatores desejados. Na microeconomia tem por objetivo isolar as demais variáveis que afetam a demanda e evidenciar como o preço (Px) interfere nas quantidades demandas (qd) ou analisar um único mercado considerando que os demais não se alteram (análise do equilíbrio parcial).

Bens Substitutos ou Bens Concorrentes
São bens que atendem as mesmas necessidades que outros e suprem igualmente as funções do bem que foi substituído. Nestes casos, há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro, tudo mais constante.
Exemplo: Um aumento do preço da gasolina faz com que a demanda por álcool combustível se eleve, tudo o mais constante.

Bens Complementares
Estes são bens que tem o seu consumo associados ou, mesmo, condicionados ao consumo de outro bem, atuando de forma complementar ao seu consumo. Fazendo com que haja uma relação inversa entre o preço de um bem e a demanda de outro.
Exemplo: quantidade de automóveis e preço da gasolina, ou seja, se o preço do automóvel aumentar a quantidade demandada de gasolina diminuirá.

Bem Inferior
São bens de qualidade e preços inferiores, que passam a ser consumidos devido perda de poder aquisitivo por parte dos consumidores. Se a renda dos consumidores se reduz a demanda destes produtos se eleva, mas com a retomada do poder de compra a sua demanda diminuirá, tem-se um bem inferior.
Exemplo: carne de segunda versus carne de primeira.


Representação Gráfica:




Oferta: fatores determinantes e Lei Geral da Oferta

Oferta de mercado são as várias quantidades de bens e serviços que os produtores/fornecedores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo em busca do lucro máximo.

Fatores determinantes da oferta

A oferta depende de vários fatores dentre eles, do preço do bem em questão, dos demais preços, do preço dos fatores de produção, das expectativas dos empresários, do número de empresas no mercado e da tecnologia.

- Preço do bem (Px)
- Preços dos Insumos (Pi)  
    custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra);
 - Alterações tecnológicas (T);
 - Expectativas dos empresários e aumento do número das empresas no mercado (E).

Objetivo da firma

Partindo-se de uma análise tradicional, o empresário sempre busca maximizar o lucro total, otimizando a utilização de todos os recursos que dispõe.

Lei Geral da Oferta (LGOf)

A função oferta mostra uma correlação direta (positiva) entre oferta do bem e serviço e os seus níveis de preços, tudo o mais constante. Se o preço de um bem aumenta haverá uma expansão na quantidade ofertada, devido maior expectativa em obter um ganho maior e mais rápido.

Características da Curva de oferta


 Se o preço (Px) de um bem aumentar isto estimulará as empresas a produzirem mais, buscando aumentar a sua receita. Uma vez que para os ofertantes o resultado das suas atividades só pode ser plenamente conhecido após a colocação do seu produto no mercado.

O lucro (L) é o resultado obtido da confrontação da sua receita (ou vendas) total com os seus custos totais (CT). Assim, L = RT – CT. E a receita total (RT) é obtida a partir dos preços (p) e das quantidades vendidas (q): RT = p x q.

 → Vale ressaltar que a relação entre a oferta e os custos dos fatores de produção é inversamente proporcional.
Exemplo: um aumento nos salários, tudo o mais constante, provoca um aumento nos custos variáveis da empresa, o que pode levar a retração da oferta do produto, caso seus preços não sejam elevados.

Porém, uma melhoria tecnológica é diretamente proporcional, ou seja, tudo o mais constante, aumenta a produtividade (quantidade produzida por recurso empregado) e reduz os custos, provocando a expansão da quantidade oferta (qof).

Representação Gráfica:




Equilíbrio de Mercado

A Lei de Oferta e da Procura: tendência ao equilíbrio

O equilíbrio no mercado é definido como o ponto em que a um dado preço, preço de equilíbrio (p*), as quantidades demandadas e ofertadas se igualam (qd = qof), encontrando-se a quantidade de equilíbrio (q*), ou seja, o único ponto que pertence tanto a curva de demanda, quanto a curva de oferta.

Para qualquer preço diferente do preço de equilíbrio (p*), teremos um valor para quantidade demandada (qd) e outro para quantidade ofertada (qof). Pois, a um preço menor que p* a quantidade ofertada se encontra abaixo daquela de equilíbrio e tem-se uma situação de escassez do produto, dado que as quantidades demandadas serão maiores que as ofertadas, o que promoverá uma elevação de preços, promovendo o aumento da quantidade ofertada, até atingir-se o equilíbrio.

Entretanto, se o preço estiver acima de p*, haverá maiores expectativas de ganhos por parte dos ofertantes (fornecedores), expandindo a quantidade ofertada para acima do ponto de equilíbrio (p*; q*), gerando um excedente de produção, o que resultará numa competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços ou na quantidade ofertada, até que se atinja o ponto de equilíbrio.

Desta forma, quando há competição, tanto dos compradores (demandantes) quanto dos vendedores (ofertantes), há uma tendência natural (mão invisível) no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio.

Representação Gráfica:






Esta representação gráfica possui a única função de demonstrar como em um mercado funcionando livremente (livre mercado), com ofertantes e demandantes atuando em igualdade de condições e com concorrência, o “equilíbrio de mercado” é o ponto natural.
Cada equação representa o comportamento de um dos agentes econômicos (Of ou D) de acordo com as informações levantadas no mercado, podendo, portanto, apresentar qualquer valor numérico. Desta forma, para um dado preço qualquer, teremos uma quantidade demandada e outra ofertada. Por exemplo:
 - se P = 20,00 → Of = 25 + 1,5(20) = 25 + 30 = 55  e  D = 275 – 0,5(20) = 275 – 10 = 265 → Assim, podemos verificar que ao preço de 20,00 há uma demanda maior que a oferta (265 > 50), o que resultará em escassez e promoverá um aumento de preços (mantidas as condições de autoajustamento).
Como no equilíbrio qd = qof  a um dado e único preço (preço de equilíbrio – p*), basta igualar as equações de demanda e oferta para encontrarmos o p* (para equações onde o preço é a constante e a quantidade é a variável, encontramos primeiro a quantidade de equilíbrio) e depois substituir o valor de p em uma das equações (como é uma igualdade, tanto faz se for de D ou de Of) para calcular a q*.

Demonstração matemática:

      Of = 25 + 1,5P e D = 275 – 0,5P

      25 + 1,5P = 275 – 0,5P → 1,5P + 0,5P = 275 – 25 → 2P = 250 → P = 250/2 

      → P = 125 
     (ou seja, ao preço de $125,00 a qd = qof ). Em seguida, substituímos o valor encontrado 
     em uma das equações para encontrar a quantidade de equilíbrio (q*) → Q = 25 +1,5(125) 
     → Q = 25 + 187,5 = 212,5 
     → Assim, o ponto de equilíbrio para este mercado: (125;212,5). Isto é, ao preço de 125 
     são ofertadas demandadas a quantidade de 212,5.


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